ESPECIAL 4 ANOS DA BIBLIOTECA
OS MAIORES ANUNCIANTES POLÍTICOS DE TODOS OS TEMPOS NA META
Em 04 de agosto de 2020, a Meta lançou o seu Relatório de Transparência. A partir daquele momento seria possível acessar sua Biblioteca de Anúncios e ver quem gastou quanto com quê.
Por ocasião de seu aniversário, preparamos um levantamento histórico dos campeões de anúncios da Meta nos últimos 4 anos.
O que você verá a seguir é um panorama geral da disputa por corações e mentes no universo da mídia paga.
Nossa análise se concentra na categoria Sociedade
Poder
Sociedade
Partidos
Políticos
Governos
Mercado
Empresas
Associações
Comerciais
ONGs
Jornais
Produtoras
Queremos entender a disputa pela opinião pública que é feita por organizações sociais, portais de notícias, empresas de mídia, produtores de conteúdo e campanhas de interesse público.
A ideia aqui é mesmo um recorte que exclua quem está fazendo anúncio “só” para se eleger ou “só” para ganhar dinheiro.
O olhar é mais para a disputa cultural do que para a disputa eleitoral ou de mercado.
Analisando os top 20,
conservadores gastam
3.3 vezes mais
do que progressistas
CONSERVADORES
R$33.8M
PROGRESSISTAS
R$10.3M
CENTRO
R$1.8M
São cerca de 23.5 milhões de reais a mais
Valor total, somando todos os campos: 45.9 milhões de reais, o que corresponde a 29.2% do volume investido pela soma dos 100 maiores investidores da Biblioteca da Meta nos últimos 4 anos.
O RANKING DOS
20 MAIORES
CONSERVADOR
1º BRASIL PARALELO
A maior produtora de conteúdo conservador do país
R$ 26.6M
75.391 anúncios
CONSERVADOR
2º REVISTA OESTE
Portal de notícias da extrema-direita
R$ 4.3M
2.194 anúncios
PROGRESSISTA
3º GREENPEACE BRASIL
Organização internacional que trabalha com a agenda ambiental
R$ 4.1M
5.879 anúncios
4º INSTITUTO CONHECIMENTO LIBERTA
PROGRESSISTA
R$ 1.8M
6.109 anúncios
Portal de notícias e produtor de conteúdo progressista
5º RANKING DOS POLÍTICOS
CONSERVADOR
R$ 1.3M
1.324 anúncios
ONG que avalia o desempenho de senadores e deputados federais
Ex-ministro de Bolsonaro que concentra seus anúncios na venda de cursos de economia
CONSERVADOR
212 anúncios
6º PAULO GUEDES
R$ 789.7K
Iniciativa da sociedade civil que busca incentivar a participação eleitoral
7º VAI LÁ E VOTA
PROGRESSISTA
R$ 769.8K
71 anúncios
Confederação de ONGs britânicas que trabalha para erradicar a pobreza
PROGRESSISTA
8º OXFAM BRASIL
R$ 759.2K
4.106 anúncios
ONG que busca promover e defender direitos humanos na internet
9º SAFERNET BRASIL
R$ 754.4K
PROGRESSISTA
114 anúncios
10º TODOS PELA EDUCAÇÃO
R$ 694.2K
ONG brasileira que trabalha com a agenda de educação
PROGRESSISTA
379 anúncios
Iniciativa que busca dialogar com mulheres e incentivar a participação política, ressaltando o protagonismo feminismo
11º ELAS QUE DECIDEM
PROGRESSISTA
R$ 672.2K
1.241 anúncios
Canal de comunicação que se dedica a compartilhar notícias sobre a economia brasileira
R$ 500.1K
CENTRO
12º BRASIL 61
1.665 anúncios
Movimento que busca justiça para as vítimas do desastre ambiental da barragem de Mariana
PROGRESSISTA
13º REVIDA MARIANA
R$ 439.1K
245 anúncios
ONG que busca impulsionar novos nomes na política brasileira.
14º RENOVA BR
CENTRO
R$ 395.2K
1.164 anúncios
Portal focado em economia, finanças e investimentos, oferecendo análises para quem se interessa pelo mercado
15º INVESTNEWS BR
CENTRO
R$ 388.4K
686 anúncios
16º VEJA
R$ 347.8K
A revista é uma principais publicações do país, pautando a opinião pública e se envolvendo em polêmicas.
CONSERVADORA
1.725 anúncios
Perfil desativado pela Meta, disseminava teorias da conspiração sobre o fim do Real e vendia e-books sobre uma suposta fraude nas eleições de 22
17º PAULO SANTIAGO
CONSERVADOR
R$ 328.7K
1.853 anúncios
ONG dedicada à promoção e defesa de políticas públicas de saúde, principalmente, contra o tabagismo
PROGRESSISTA
R$ 288.4K
18º ACTbr
164 anúncios
Revista brasileira dedicada à educação, fundada em 1986 pela Fundação Victor Civita.
19º NOVA ESCOLA
CENTRO
R$ 274K
512 anúncios
Instituição brasileira sem fins lucrativos que leva o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
20º Fundação FHC
CENTRO
R$ 272.2K
925 anúncios
Fonte: Biblioteca de Anúncios da Meta
Período: 04 ago. 2020 a 04 ago. 2024
Nossa análise se concentra nas publicações com teor político de anúncios que classificamos como “SOCIEDADE”, o que abrange portais de notícias, produtores de conteúdo e campanhas de interesse público. Nesta edição especial, trazemos os 20 maiores anunciantes da categoria em 4 anos de Biblioteca de Anúncios da Meta:
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RECORDISTA ABSOLUTA
Em 4 anos, a Brasil Paralelo gastou mais em anúncios que aparecem no Relatório de Transparência do que a soma de Ambev, Facebook e Vale - as empresas que mais investiram no ranking da Meta.
1ª POSIÇÃO - BRASIL PARALELO
26.6 MILHÕES DE REAIS
A Brasil Paralelo foi a maior anunciante do ranking da categoria "Sociedade", mas não só: ela superou todos outros anunciantes na categoria temas sociais, política ou eleições na Biblioteca da Meta. Ela gastou cerca 15.3 milhões de reais a mais que o segundo colocado, a Secom.
2ª POSIÇÃO - Secretaria de Comunicação Social (SECOM)
11.3 MILHÕES DE REAIS
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal foi o segundo maior anunciante da Meta, no ranking geral (e o primeiro da categoria "Poder"). Como a análise começa em 04 de agosto de 2020, o investimento inclui também os gastos durante parte do governo Bolsonaro, além da atual gestão petista.
3ª POSIÇÃO - AMBEV
10.6 MILHÕES DE REAIS
Líder do mercado brasileiro de cervejas, a empresa gastou quase 3x mais em anúncios de temas sociais, política ou eleições do que o próprio Facebook, respectivamente, primeira e segunda empresa que mais investiram na categoria. Apesar disso, no ranking geral, ela ficou atrás da Brasil Paralelo e da Secom.
4ª POSIÇÃO - CRUZ VERMELHA
5.8 MILHÕES DE REAIS
A organização humanitária internacional cravou o quarto lugar, sendo a ONG com maior investimento em mídia paga na Biblioteca da Meta. Importante lembrar que ela não entra no nosso ranking de sociedade, por ser uma instituição de perfil mais assistencialista do que de disputa comunicacional.
A Brasil Paralelo também é a líder em volume de anúncios:
75.931 ANÚNCIOS
23K a mais do que a página com o segundo maior volume de peças (*MeuPreparatório).
*MeuPreparatório é uma página voltada para concurseiros, oferecendo materiais de estudo e notícias sobre esse universo.
Em 4 anos, a Brasil Paralelo gastou mais do que a figura política dona do maior investimento em anúncios da categoria “Poder”: Jair Bolsonaro.
R$26.6 milhões pela produtora
X
R$2.8 milhões por Bolsonaro
Ah, mas tirando Brasil Paralelo a disputa é parelha, certo?
Mais ou menos.
Mesmo sem a BP, o investimento dos conservadores ainda é maior do que o dos progressistas.
Fizemos um exercício comparativo de excluir outliers dos dois campos, aqueles anunciantes que investem mais e podem afetar muito a média de investimento. Tiramos, portanto, da conta a produtora Brasil Paralelo e a organização internacional Greenpeace Brasil (os campeões de cada campo).
Nesse cenário, os campos se aproximam - mostrando o peso que a produtora conservadora tem na nossa análise, mas mesmo assim conservadores se mostram superiores ficando com R$ 7.2 milhões contra R$ 6.2 milhões dos progressistas.
As principais diferenças entre conservadores e progressistas
Não é só sobre volume de dinheiro. O campo conservador apresenta um número significativamente maior de anúncios, o que sugere uma estratégia de mídia paga mais sofisticada.
Essa abordagem envolve criar muitos conteúdos similares, com pequenas variações, para testar qual performa melhor e, a partir desses resultados, direcionar investimentos mais robustos para conteúdos já validados.
1. Volume de Anúncios
O campo conservador aborda uma gama muito mais ampla de assuntos. Essa característica reflete a natureza distinta dos anunciantes em cada campo: enquanto o progressista é formado, em sua maioria, por organizações temáticas — cada uma focada em áreas específicas, como meio ambiente, educação ou direitos humanos —, o conservador é composto majoritariamente por iniciativas de mídia cujo modelo de negócio se baseia em construir audiência e disputar a opinião pública.
A exceção no campo progressista é o ICL, que possui um modelo mais versátil, com notícias, cursos, entrevistas e flexibilidade para abordar uma variedade maior de temas. De modo geral, porém, organizações progressistas mantêm um foco temático específico, como resultado de fatores históricos que moldaram o campo da sociedade civil brasileira. Essa abordagem tem vantagens claras, especialmente em sua capacidade de influenciar políticas públicas, mas também limita a atuação em estratégias mais abrangentes de comunicação e audiência.
2. Escopo Temático
OS CINCO MAIORES ANUNCIANTES DA CATEGORIA SOCIEDADE
1º lugar
Brasil Paralelo
Se você ainda não conhece esta produtora de conteúdos audiovisuais, trata-se de uma das principais plataformas voltadas ao público conservador no Brasil. O modelo de negócio é semelhante ao de grandes serviços de streaming: assinaturas mensais que dão acesso a um catálogo de produções originais e conteúdos selecionados.
Inspirada em projetos internacionais como o DailyWire, a iniciativa promete oferecer aos assinantes uma visão alternativa sobre o Brasil e o mundo, com produções que frequentemente abordam temas históricos e sociais sob perspectivas que divergem do que é amplamente aceito na academia e em estudos científicos.
Um dos diferenciais da empresa está na abordagem de temas com interpretações que desafiam consensos acadêmicos e científicos, como discussões sobre figuras históricas ou políticas públicas. Além de documentários, seu catálogo inclui esquetes, entrevistas, análises e notícias. Estão cada vez mais focados em entretenimento e educação.
A narrativa central da produtora se baseia na ideia de que os meios de produção cultural (cinema, teatro, TV e jornais) estão dominados por perspectivas ideológicas de esquerda que ameaçam valores tradicionais. Como resposta, a empresa investe fortemente em marketing digital para divulgar seus conteúdos, sendo destaque no Facebook e Instagram, onde promove lançamentos e tópicos de grande repercussão. Embora outras plataformas não ofereçam dados detalhados sobre investimentos em temas políticos e sociais, sua presença é igualmente notável nos anúncios do Google e YouTube.
Temas favoritos
Reinterpretação de eventos históricos, com ênfase no período colonial brasileiro
Críticas ao comunismo, com conteúdos sobre a história de países como China e Rússia
Críticas às universidades públicas, acusadas de doutrinação
Conteúdo infantil: desenho “seguro” para crianças
“Cultura do cancelamento”
Segurança pública
Exemplos
Revista Oeste
2º lugar
Ao lado da Brasil Paralelo e de veículos como “O Antagonista”, a Revista Oeste é um dos grandes nomes da mídia conservadora no país. Ela é uma publicação digital, que foi ao pela primeira vez no dia 27 de março de 2020. Ou seja, foi fundada em um contexto de início de pandemia de COVID-19 no Brasil.
Entre os especialistas chamados pela Revista, estão nomes que vão de Ana Paula Henkel a Rodrigo Constantino. Ela conta ainda com colaboradores internacionais como Jeffrey Tucker, grande fã de Mises e autor de um livro chamado “Liberdade ou Lockdown?”, questionando as políticas restritivas na pandemia.
Sobre o Conselho Editorial presente no início da revista, jornalistas que atuaram em cargos de chefia em grandes veículos como Gazeta do Povo, Jovem Pan e Veja: Jairo Leal, J. R. Guzzo, Augusto Nunes e Kaíke Nanne. O último deixou a publicação, dando lugar a Branca Nunes e Silvio Navarro.
O grande foco da estratégia de mídia paga da Revista é impulsionar suas campanhas de assinaturas. Para isso, ela busca fisgar novos assinantes a partir de três táticas:
notícias sobre temas polêmicos e que pautam a disputa política
reforço de seus valores liberais
trechos de figuras famosas do conservadorismo elogiando o conteúdo da Revista
Mas, você já parou para pensar em como ela surgiu? Ou por qual razão ela ganhou esse nome?
Em seu próprio site, a Revista admite que faz uma referência ao Ocidente, glorificando o que chama de "civilização que se ergueu com base no valor fundamental da liberdade individual". Ela se filia ao "pensamento liberal-conservador", exaltando as tradições judaico-cristãs e buscando defender uma única verdade. Não há espaço para diversidade de ideias ou propostas que ameacem essa base já consolidada de ideais tradicionais.
E isso se reflete no tipo de conteúdo impulsionado pela marca nos últimos 4 anos. Postagens que exaltam valores como meritocracia, denunciam a existência de uma “guerra woke” e de “lavagem cerebral” nas salas de aula foram alguns dos exemplos que encontramos. E não podemos esquecer de ressaltar o tamanho do investimento em mídia paga: 4.3 milhões de reais em 2194 anúncios, a segunda colocada no nosso ranking “Sociedade”.
Temas favoritos
Críticas ao STF e seus representantes, principalmente Alexandre de Moraes
Exaltação do liberalismo e da meritocracia
Defesa da liberdade de expressão: acusações de censura contra a esquerda
Críticas a figuras da esquerda como o presidente Lula
Ataques à “velha imprensa” e ao sistema
Questões “identitárias” e o que chamam de “agenda woke”
Denúncias sobre corrupção e gastos considerados exorbitantes
Exemplos
3º lugar
Greenpeace Brasil
O Greenpeace Brasil é uma das organizações não governamentais - as famosas ongs - costumam ser muito atacadas pelos conservadores. São vistas como parte de uma grande agenda globalista, seguindo a interpretação de que haveria uma ação coordenada com o objetivo de implantar uma Nova Ordem Mundial, entre outras teorias conspiratórias.
Entre as ONGs mais atacadas estão as que defendem o meio ambiente e a biodiversidade, principalmente, por sua atuação contra as mudanças climáticas. Afinal, para eles, aquecimento global não passa de uma farsa.
A organização ambiental internacional atua no Brasil desde abril de 1992, dedicando-se a defender pautas como a proteção da Amazônia e a promoção dos direitos indígenas.
No país de Bolsonaro, a organização chegou a ser acusada de provocar o derramamento de óleo na costa nordestina, pelo então ministro Ricardo Salles. Em outro momento, o então comandante da pasta de Meio Ambiente chegou a compartilhar vídeos com informações falsas, que trazia imagens antigas do Greenpeace sem autorização.
No ranking “Sociedade”, o Greenpeace é o primeiro nome progressista a aparecer, no terceiro lugar, logo após a Revista Oeste. A ONG gastou R$ 4.1M em 5879 anúncios. Os quatro anos de atuação na Meta são marcados justamente pela defesa do meio ambiente, denunciando violações que estão acontecendo e pedindo assinaturas em campanhas de mobilização e arrecadação.
Temas favoritos
Preservação do meio ambiente
Proteção da Amazônia e outras áreas estratégicas para biodiversidade
Direitos dos povos indígenas
Defesa da agricultura familiar e da alimentação saudável
Críticas ao uso de agrotóxicos
Críticas contra projetos que representem risco ambiental
Exemplos
4º lugar
Instituto Conhecimento Liberta
O Instituto Conhecimento Liberta (ICL) é a alternativa progressista mais próxima à proposta da Brasil Paralelo. Fundado em 2020 por Eduardo Moreira, empresário e escritor renomado, anunciou em 2024 uma parceria com o influenciador digital Felipe Neto, que agora se tornou sócio do Instituto. Com essa união, eles buscam ampliar o alcance da marca e fortalecer sua presença no cenário brasileiro.
Assim como o líder do ranking, o ICL oferece tanto um portal de notícias quanto uma plataforma de streaming, repleta de conteúdos educativos, palestras e cursos, disponíveis por meio de assinatura.
O ICL tem como objetivo é democratizar o acesso a conteúdos essenciais para o desenvolvimento humano. A partir de R$ 47/mês, o instituto promete acesso total a mais de 290 materiais, incluindo cursos e séries audiovisuais.
Entre suas produções originais, o ICL oferece desde séries sobre fenômenos históricos até conteúdos com uma abordagem motivacional, prometendo transformar carreiras ou fortalecer o desenvolvimento pessoal. Grandes nomes progressistas contribuem com conteúdo para a plataforma; entre eles, Marilena Chauí e Noam Chomsky.
O ICL apresenta o menor custo por anúncio entre os cinco maiores investidores da Meta. Parece adotar uma estratégia granular: alto volume de anúncios curtos e simples, com intuito de atingir nichos específicos. Isso indica uma operação com mensagens direcionadas, versionamento de conteúdos e testes A/B para medir o desempenho de cada mensagem.
Em seu primeiro post impulsionado, o Instituto marcou sua posição progressista, denunciando como governos de diversos países estavam ameaçando outras nações por não adotarem medidas recomendadas contra a COVID-19, incluindo o Brasil, então sob o governo de Bolsonaro.
Além disso, o ICL foca em conteúdos informativos e direcionados a rebater narrativas conservadoras. Um dos destaque de 2024, por exemplo, foi o lançamento da série “Máquina de Moer Reputações”, uma série que mostra como a extrema direita articula campanhas de difamações contra figuras famosas, trazendo episódios acerca de Marielle Franco, Maria da Penha e Paulo Freire.
Temas favoritos
Divulgação de lançamentos conteúdos: palestras, cursos, eventos e documentários
Disputa contra ondas de desinformação da extrema direita: por exemplo, contra Maria da Penha
Apoio ao campo progressista em períodos críticos, com destaque para as eleições de 2022
Exemplos
5º lugar
Ranking dos Políticos
O Ranking dos Políticos se apresenta como uma "iniciativa da sociedade civil que avalia o desempenho de senadores e deputados federais com base em critérios como combate a privilégios, desperdícios e corrupção".
À primeira vista, o site parece ser apenas uma plataforma que busca neutralidade para a avaliação de políticos, mas um olhar mais criterioso para suas postagens em redes sociais revela uma linha editorial francamente conservadora. O projeto se declara financeiramente independente e transparente em suas operações, afirmando ser financiado por cidadãos comuns.
No entanto, um de seus principais mantenedores é a produtora Brasil Paralelo, grande criadora de conteúdo e a maior anunciante de toda a história na Biblioteca da Meta.
Lembra de Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, que se envolveu em uma polêmica no início deste ano? Ela foi duramente criticada após postar um story sobre um convite que recebeu para uma palestra com Jordan Peterson, guru conservador, em um evento organizado pela produtora. Na época, Cristina fazia parte do conselho do Ranking dos Políticos e optou por se desligar após a controvérsia sobre sua orientação ideológica, que resultou em um boicote ao banco.
Os anúncios mais antigos do Ranking incluem, por exemplo, falas de Danilo Gentili no Flow Podcast sobre como os políticos deveriam temer o cidadão e críticas ao STF. Com o tempo, o Ranking foi adotando uma posição cada vez mais reacionária, deixando de lado bandeiras como 'anticorrupção' e adotando crescentemente narrativas antissistema.
Atualmente, ao abrir o site, você verá que, no top 10 de deputados mais bem classificados, figuram nomes conservadores de destaque, como Caroline de Toni (PL-SC) e Kim Kataguiri (UNIÃO-SP). E, curioso ou não, não há nenhum deputado alinhado à esquerda na lista.
Temas favoritos
Campanhas para angariar novos apoiadores
Crítica ao sistema político brasileiro
Participação em mobilizações reacionárias, por exemplo, a ofensiva contra proposta regulação das redes, aderindo ao lema “PL da Censura”
Defesa da liberdade de expressão e de valores libertários
Discurso contra corrupção e outras pautas típicas da direita lavajatista
Exemplos
Outros achados
Golpe do e-book sobre Bolsonaro
Um perfil chamado “Paulo Santiago” gastou R$328.685K em 1.853 anúncios.
A página foi desativada, mas ela veiculou anúncios tendenciosos durante meses. O conteúdo abrangia desde postagens com teorias conspiratórias sobre o fim da moeda brasileira (o real) até um e-book que prometia contar o segredo capaz de eleger Bolsonaro em 2026.
Os posts sobre o e-book direcionavam o público para um site, por meio do qual era possível adquirir o produto. Em investigações anteriores, encontramos o mesmo material sendo vendido por outras contas, que parecem funcionar como laranjas.
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DEZEMBRO/24
RELATÓRIO ESPECIAL
NOVEMBRO/24
COMO FALAR SOBRE
NOVEMBRO/23
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NOVEMBRO/24
Metodologia
A metodologia que usamos pra fazer o QPB se baseia em uma análise exploratória da Biblioteca de Anúncios da Meta, a partir dos dados brutos da plataforma. Os relatórios - que são baixados em csv por meio do site https://www.facebook.com/ads/library/ - trazem apenas quatro colunas nativas: Page ID; Page name; Disclaimer; Amount spent (BRL) e Number of ads in Library.
Também vale explicar a metodologia que adotamos para analisar os anunciantes: uma divisão tripartite, dividindo-os em três categorias (Sociedade, Mercado e Poder). O nosso ranking não aborda a Biblioteca de Anúncios como um todo, apenas o que categorizamos como “Sociedade”. E que tipo de anunciantes compõem essa categoria?
Veículos de Mídia: Portais, jornais e revistas
Organizações da sociedade: Institutos, associações, fundações e alguns tipos de ONGs
Produtoras de conteúdo: Por exemplo, canais de streaming.
Campanhas: apenas de ONGS e movimentos sociais.
Em alguns relatórios anteriores, nós já estávamos usando a categoria “Sociedade”, que substituiu o que chamávamos antes de “Mídia”. A diferença é que refinamos nossa metodologia e agora incluímos instituições que fazem disputa de valores, como ONGs voltadas para defesa dos direitos humanos.
*Aqui, é importante ressaltar que optamos por não incluir ONGs com perfil mais assistencialista, como a Cruz Vermelha, considerando que elas não fazem parte do embate comunicativo.
*Outra explicação importante é que, para focarmos na batalha comunicacional, nós desconsideramos investidores que não adotam um posicionamento político explícito.